SABES OU NÃO?
|
O rio que passa na nossa terra começou por se chamar Nabanus (século V a.C., de Naba, deus das águas). Não se conheceu outro nome do rio até aqui chegarem os Muçulmanos cerca de mil anos mais tarde, que, como já vimos, lhe chamaram Tamaramá. Lembras-te do significado desse nome?
Quatrocentos anos depois, já era Thomar (do latim thamarus), nome que surge pela primeira vez no documento Crónica dos Godos: “os cristãos sofreram um acontecimento nefasto em Thomar”, talvez uma pequena batalha com mouros. O rio nasce na serra de Ansião e, após 65 quilómetros de percurso, desagua no rio Zêzere. Ganha mais caudal já perto da cidade, no Agroal, onde as águas são muito frias e têm propriedades medicinais para problemas de pele. Daí até à sua foz, nesses tempos antigos, o rio era conhecido por Tomarel. Ao longo dos séculos, os habitantes da nossa terra sempre conheceram as vantagens do rio: basta ver os açudes em pedra para a produção de energia para as indústrias e os açudes em madeira, terra e vegetação movimentando as rodas de rega, de madeira com alcatruzes (púcaros) de barro. Um tomarense do século XX, já falecido, o senhor Fernando Araújo Ferreira, pessoa muito conhecida e apaixonada pela sua terra e pelo rio, fez cálculos para saber quanta água seria tirada do rio por uma roda como a do Mouchão. O seu raciocínio foi este: se cada alcatruz tem a capacidade de 5 litros, mas não se enche totalmente e alguma água se perde antes de ser despejada na rega, haverá cerca de 4 litros úteis de água. Uma roda de 88 alcatruzes, que pode girar quase 4 vezes em cada minuto, tirará cerca de 1400 litros por minuto. Agora faz tu as contas e descobre quanta água pode ser tirada do rio numa hora. E num dia inteiro? Finalmente a grande pergunta: com tantos nomes, afinal por que razão tem o rio o nome “Nabão”? Como não se sabe ao certo, o que se pensa é que para que o nome do rio não fosse igual ao do da povoação Thomar, que foi fundada em 1160, como verás adiante, os habitantes retomaram “Nabanus” dando-lhe a forma de “Nabão”, que surge em documentos só em 1254. E se esta é a história do nome do rio, a do nome Tomar já sabes quase toda! Começou com Nabância, que passou a Sellium, com os Romanos; depois, no tempo dos Visigodos, foi Selio, Selio-Namba ou Selio-Nabância. E “Tomar”, que não tem nada a ver com esses nomes? Talvez provenha do Latim “thamarus”, ou do árabe “thamara”. Mas também há quem diga que tem a ver com a evolução do nome de um importante senhor visigodo que aqui viveu, chamado Theodemarus. |
Descarrega aqui, para o teu computador, uma ficha de estudo.