Placa Visigótica junto à imagem de Santa Iria, na esquina do Convento de Santa Iria. (Foto: Júlio Silva/Fotoshop) Santa Iria, Padroeira de Tomar em procissão.
(Foto: Carlos Piedade da Silva) Crianças na Ponte, lançando as pétalas.
(Foto: Carlos Piedade da Silva) Crianças na Ponte, lançando as pétalas.
(Foto: Carlos Piedade da Silva) Imagem de Santa Iria.
(Foto: Carlos Piedade da Silva) |
Apesar do seu poder, o Império Romano foi conquistado por
outros povos. Os Romanos chamavam-lhes “bárbaros”, ou seja, que não pertenciam à civilização romana. Esses povos, em especial os do centro e norte da Europa, invadiram Roma no ano 476 d.C.; a partir de então todo o Império Romano foi sendo ocupado. Ah! Não te esqueças que, nessa altura, já existia uma nova religião um pouco por toda a parte: o Cristianismo. Ora, de entre os muitos povos bárbaros que conquistaram o Império Romano, dois deles, os Suevos e os Visigodos ficaram na Península Ibérica, criando dois reinos: o dos Suevos, a norte do rio Tejo e o dos Visigodos, a sul. Os Suevos chegaram à nossa terra em 569 ou 570 (já existe uma referência escrita a Selio num documento do ano 569), instalando-se na margem esquerda do rio e chamando Selio à povoação, que é a forma simples de Sellium. Depois, os Visigodos conquistaram o Reino dos Suevos e Selio passou a ser visigótica com o nome de Selio- -Namba, umas vezes, ou Selio-Nabância, outras (lembras-te deste nome?). Dessa época há poucos vestígios. Os que existem são pedras de antigas construções que, mais tarde, foram reaproveitadas para o castelo. Porém, pensa-se que a placa com a imagem de um boi implantada na esquina do Convento de Santa Iria seja visigótica. Entretanto, como os Visigodos se tinham convertido ao Cristianismo, no século VII já existiam igrejas e conventos, sendo dessa época uma lenda que conheces bem: a lenda de Santa Iria. Segundo a lenda popular, no ano 653, Britaldo, filho do Conde Castinaldo e da Condessa Cássia, governadores de Selio Nabância, perdeu-se de amores por Iria (ou Irene), uma bela menina de 15 anos, filha de Hermenegildo e Eugénia, quando ambos se encontraram na Igreja de S. Pedro Fins (hoje desaparecida, mas que talvez se situasse perto do cemitério de Tomar). Como Iria queria ser freira, o rapaz ficou doente de tristeza por não poder casar com ela. Entretanto, o tutor de Iria, Frei Ramígio, também não resistiu à beleza da menina, mas esta repudiava-o. O monge vingou-se dando-lhe um chá drogado que lhe fez inchar o ventre como se estivesse grávida. Ao saber disso e julgando-se traído, Britaldo mandou-a matar pelo assassino Banão, no dia 20 de Outubro daquele ano, enquanto ela rezava junto ao rio Nabão. Repara que Banão é um anagrama (mesmas letras mas em sítios diferentes) de Nabão. O corpo de Iria, lançado ao rio, flutuou pelos rios Nabão, Zêzere e Tejo, até Santarém onde, as águas se abriram, surgindo um túmulo em que, por fim, repousou. Esta história milagrosa fez com que o povo a considerasse Santa e, todos os anos, no dia da sua morte, o Dia de Santa Iria, se lançassem flores ao rio, em sua memória. Esse hábito perdeu-se até que, no início da década de 1980, duas escolas de Tomar (o Colégio Nun’Álvares e a Escola Gualdim Pais) tiveram um papel fundamental no retomar da antiga tradição. Mas foi a partir de 1991, com o Rancho Folclórico de Minjoelho, a Igreja, a GNR, as Juntas de Freguesia e a Câmara, que tudo ganhou maior dimensão, existindo agora um cortejo de centenas de crianças lançando ao rio milhares de pétalas. |
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