SABES OU NÃO?
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Como já te disse em capítulos anteriores, o rio Nabão foi desde
sempre muito importante para a região. Nas zonas do rio em que as águas corriam mais depressa, os rápidos, havia açudes que davam força a mecanismos que punham em funcionamento pequenas fábricas. A energia para essas máquinas era gratuita pois era apenas a força das águas do rio desviada para os mecanismos próprios. Era a chamada força hidro-mecânica, pois da água (hidro) vinha a energia para as máquinas. Nessa altura ainda tinha sido descoberta a forma de produzir eletricidade. Por isso, além de as terras serem muito férteis para a agricultura, as águas do rio também permitiam o desenvolvimento industrial, isto é, a atividade da transformação das matérias-primas noutros produtos. Depois de Portugal ter recuperado a sua Independência (durante 60 anos, como vimos no capítulo anterior, haviam sido os reis espanhóis a governar Portugal), Thomar continuou a ser beneficiada: em 1663, foi dado alvará (autorização especial) para futuras fábricas nas zonas do Prado e da Matrena; quase cem anos depois, entre 1759 e 1789 criaram-se as fábricas de sedas, chapéus e de fiação e tecidos. No lugar do Sobreirinho já existia desde 1720 uma fábrica de papel. O Marquês de Pombal (1699-1782), Primeiro-Ministro do Rei D. José teve um papel importante no desenvolvimento de Thomar, apoiando a indústria e o desenvolvimento urbano de “além da ponte”. Porém, no início do século XIX, parte significativa do património da Vila foi destruída nas Invasões Francesas (três ataques muito fortes a Portugal quando governava em França o Imperador Napoleão Bonaparte, que pretendia assenhorear-se da Europa). Os marechais Junot, Soult e Massena foram os comandantes de cada uma dessas três invasões, o que fez estagnar o desenvolvimento de Thomar. Nessa triste época, verificaram-se saques e pilhagem de obras de arte bem como incêndios, em particular o incêndio do cadeiral do Coro Alto da Igreja do Convento de Cristo, aquando da retirada, no final da ocupação de 111 dias, do Marechal Ney (7.3.1811), o comandante das tropas que ocuparam o território. Derrotados e expulsos os franceses, surgiram diversas fábricas de papel: em 1822, no Prado, modernizando ferrarias antigas (fábricas de balas e de armamento) ou antigos moinhos de grão, como no Sobreirinho e no Prado; na Marianaia em 1881, embora já existisse desde 1595; em Porto de Cavaleiros em 1876; na Matrena, em 1890. Em meados do século XIX existiam sete fábricas na região (fiação, papel, curtumes, destilação e chapéus) empregando 20% da população, o que era, naquele tempo, uma grande vantagem e garantia de empregos. A indústria continuou a ser de grande importância até ao início do 4º quartel (quartel = 25 anos) do século XX, com as indústrias da madeira e platex, fiação, papel e moagens. |
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